Desvendado o mistério da "Múmia Alienígena"

O esqueleto mumificado media 13 centímetros | BHATTACHARYA S ET AL. 2018

Ata foi descoberta no Chile. Seria humano? Alienígena? A investigação aos ossos revelou-se surpreendente e útil para o futuro da medicina.

Ata foi encontrada no Chile, em 2003, na cidade fantasma de La Noria, no deserto de Atacama. Um esqueleto mumificado de 13 centímetros que parecia ser, à primeira vista, o de um recém-nascido com múltiplas mutações genéticas. Mas também podia ser um alienígena.

Foi o empresário espanhol, Ramón Navia-Osorio, quem primeiro comprou a múmia e em 2012 permitiu que um médico chamado Steven Greer usasse imagens de raios X e tomografia computadorizada (TC) para analisar o esqueleto. O debate começava.

Apesar de ter o tamanho de um feto, os testes iniciais sugeriram que os ossos encontrados dentro de uma bolsa, abandonados, eram os de uma criança de seis a oito anos. Nada mais falso.

Além da altura excecionalmente pequena, o esqueleto tinha várias características físicas incomuns. Tinha menos costelas do que é normal - 10 pares de costelas, em vez de 11 ; e uma cabeça em forma de cone.

Essas características particulares levantaram a suspeita de que os restos mumificados poderiam ser de um primata não-humano. Tavez um alienígena, conforme sugere o documentário Sirius.

Porém, a investigação científica do ADN dos ossos revelou que o indivíduo era humano. O estudo apresentou várias evidências de que Ata era uma recém-nascida do sexo feminino com múltiplas mutações em genes associados a nanismo, escoliose e anormalidades nos músculos e no esqueleto. E que os restos mortais poderiam ter sido abandonados há pelo menos 40 anos.

"Uma vez que entendemos que era humano, o próximo passo foi entender como algo poderia vir a ficar assim", disse Garry Nolan, professor de microbiologia e imunologia da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, à National Geographic.

"O que foi impressionante e nos levou a especular que havia algo estranho nos ossos era a aparente maturidade dos mesmos (densidade e forma). Houve uma maturação proporcional dos ossos, fazendo com que o corpo parecesse mais velho apesar de o espécime ser pequeno. Essa discrepância levou à maioria das pesquisas. Acreditamos que um ou mais genes mutantes foram responsável por isso", disse o mesmo investigador à BBC News.

Para cientistas como Nolan, os estudos de Ata têm o potencial de melhorar a compreensão dos distúrbios genéticos do esqueleto. Logo, têm o potencial de ajudar os outros e de melhorar a medicina.

"Analisar uma amostra intrigante como o genoma de Ata pode ensinar-nos a lidar com amostras médicas atuais, que podem ser originadas por múltiplas mutações", disse Atul Butte, diretor do Instituto de Ciências da Saúde Computacional da Universidade da Califórnia, em San Francisco, à CNN.

Fonte: https://www.dn.pt/sociedade/interior/esqueleto-mumia-surpreende-investigadores-9208186.html (27/03/2018)

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